O enigma
1 de julho de 2006
Passou cabisbaixa, na dúvida se falava sózinha.
Amargos protestos. Solidão de sentir-se incompreendida.
Todos pareciam falar outra língua.
Ela queria intervir, replicar que não era nada assim do que diziam.
Eles pareciam não a ouvir e, pior, sorriam-lhe bondosamente. Sorriam!
Como isso era possível em reacção ao seu sofrimento é que ela não descortinava.
Os dias eram este enigma.
As noites um tumulto de acontecimentos fantásticos (fantásticos era mesmo o termo).
Novo dia e nova tarde a caminho de casa e da noite mais próxima.
De repente sente um estremeção.
Parece-lhe estar a viajar pelo mar, depois pelo ar, entrar no céu azul e quase cair desamparada em si mesma.
E, por acaso, no mesmo lugar onde estava, no meio do passeio a caminho de casa.
Porém, agora que caíu, parecem ser duas em vez de uma.
Parece que se juntaram, a que vinha mais a que voava.
Mas é ela própria em duas... versões, digamos assim.
Uma pequena, curvada e ansiosa. Outra maior, mais colorida e brilhante, e calmíssima.
Esta que olhando-a... sorriu bondosamente.
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