Maria João Brito de Sousa # Angra do Heroísmo; A Cor das Estrelas
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ANGRA DO HEROÍSMO
Angra do Heroísmo, eu vi-te agora!
Teu casario pintado a verde e mar...
O sol, por entre as nuvens vem beijar
As casas onde o branco se demora...
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Angra, eu não sei sequer como te vi
Se aqui, no Continente, sempre estive,
Se o meu corpo por cá resiste e vive
Sem ter tido a ventura de ir aí...
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E, no entanto, vi-te! Eu sei que sim!
Cidade recortada a branco e céu
Afundada no verde das colinas.
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E sei que agora tu moras em mim,
Que me corre nas veias sangue teu
Por obra de outras Mãos bem mais divinas!
A COR DAS ESTRELAS
Uma estrela é da cor que existe em nós...
Azul ou amarela... tanto faz!
A cor da estrela muda porque traz
Ecos do nosso olhar, da nossa voz...
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A estrela tem a cor que Deus quiser
Reluz e vai pulsando em nosso peito...
Se o nosso olhar procura o que é perfeito
Só nos devolve a cor que nele houver...
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São todas como espelhos pequeninos
A enfeitar o Grande Firmamento!
São os olhos do céu, às vezes choram...
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Todas têm a luz desses destinos
Que ascendem em total deslumbramento
E são da cor dos sonhos que lá moram!
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Disse Florbela Espanca: Ser poeta é ter cá dentro um astro que flameja !
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