Maria João Brito de Sousa # Territorialidade; Estar Vivo e Viver No Mundo
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TERRITORIALIDADE
Poema Vencedor, ex-aequo, do Segundo Prémio de Poesia em Rede “Poemas da Minha Terra”
Meu altar entre concha e girassol,
Meu estro, meu luar de incenso e prata,
Tão humilde é a voz que te retrata
Quão desmedida a luz desse teu sol...
Tua planura imensa como imagem
De uma capela erguida junto ao mar…
Eu ergo a minha voz para te cantar
Uma canção que vem dessa paisagem.
Quem dera ir mais além, cantar mais alto
A serena beleza que me envolve
Sobre este chão salgado onde nasci
Onde a terra e o mar, num sobressalto,
Justificam a paz que agora absolve
A vida de ilusões que vivo aqui…
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ESTAR VIVO E VIVER NO MUNDO
À minha irmã biológica que ontem me dedicou a brilhante e inédita frase: -Tu não fazes nenhum!
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Eu escrevo porque... enfim, que hei-de fazer
Se tudo me parece indecifrável,
Se vivo neste mundo inescrutável
Onde a razão das coisas me fez ser?
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Ao escrever me assumi, sem o saber,
Produto de uma força inalcançável
Que vai ganhando corpo e é palpável
Nas palavras que aqui faço nascer...
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Há lá maior razão, mais nobre causa,
Para justificar os nossos dias?
Viver, aqui no mundo, é ser assim!
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Criar a tempo inteiro e sem ter pausa...
(com isenção de impostos e franquias
Em troca do melhor que existe em mim!)
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Disse Florbela Espanca : Ser poeta é ser mais alto !
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