Lilases
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Lilás, para uns mais cor-de-rosa e, para outros, mais roxo.
É conforme a interpretação mais alegre ou mais entristecida.
Lembro uma casa que tinha imensos lilases e como dava para a rua, a pouca altura, os que passavam podiam alcançá-los e cheirar-lhes o perfume uns passos antes de passar pelo murete.
A casa era de um casal muito simpático e alegre, já de meia-idade. Depois deles, a casa foi transformada num "caixote" de marquises e os lilases desapareceram.
Mas ficou em mim a lembrança de todos aqueles lilases, como que a debruçarem-se sobre a rua.
Como também ficam na lembrança as coisas boas – os nossos registos de vida que só nós podemos alterar porque, afinal, é da nossa vida que se trata.
Como a lembrança de pedras brilhantes e preciosas quando alcançamos a benesse de nos serem dadas por quem tem essa função.
Como a lembrança de portões que abrem quando somos autorizados a transpô-los.
Como a lembrança dos nossos esforços, muitas vezes sobre-humanos, para conseguir alguma dignidade moral e espiritual que nos eleve às nuvens do celeste céu.
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Disse Ortega y Gasset : O homem é o homem e a sua circunstância !
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