O ruído e o som
Um carro ligeiro vai passando os sinais, bem rápido, aproveitando o verde.
Percorre a avenida num instante, chega ao lugar pretendido, estaciona, trata dos assuntos e volta para casa.
Mais ou menos a mesma coisa todos os dias e, desta vez, tudo junto, não foi mais de meia hora.
O sol já está forte mas, em vez de o desfrutar ao ar livre, ele vai logo para casa.
Trata das suas coisas e senta-se à mesa para trabalhar.
E trabalha, trabalha...
Às tantas pára e parece querer escutar dentro de si mesmo.
O que será isto?... É um enorme barulho de máquinas, ali, dentro da sua cabeça.
Ultimamente é sempre aquilo todos os dias. Uns dias o ruído é ensurdecedor, outros é mais leve.
Mas o frenesim das máquinas é sempre igual.
São os sons que elas fazem que se ouvem melhor ou pior.
Por isso ele quer ficar só. Cada dia mais isolado.
Porque nessa solidão o ruído cresce e cresce. E assim pode ter a possibilidade de analisá-lo e perceber melhor o que é, e o que deve fazer.
- Ohhh! Então ele ainda não sabe o que é? É o trabalhar do seu próprio coração que ele percebe e ouve. Uma autêntica máquina que não pára. Isto é, não pára até ao dia em que pára mesmo.
É o som da sua vida, do seu corpo.
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Imagem retirada da net
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Disse Oscar Wilde : Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe !
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