Os gatitos
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Buganvílias agitam as suas flores de papel ao sol e ao vento.
Os cães olham na direcção dos ramos, para os gatitos que passam a bom correr pelo parapeito, sempre de olho nos cães.
Estes saltam a boa altura mas não os conseguem alcançar.
É um frenesim que ainda dura bastante tempo.
As pessoas que passam, e que percebem, olham divertidas.
E os gatitos levam a dianteira, brincalhões e divertidos.
São dias de brincadeiras e movimentos rápidos em competição.
Conseguem agitar tudo e todos à sua volta.
Perante aquele rebuliço até os carros travam para não atropelar «aquilo» que passou a correr (ou a voar?), logo a seguir a uma curva bem apertada, naquele bairro tão sossegado.
Os mais velhos trazem os restos dos seus pratos para colocar no passeio e ficam a olhar a ninhada que come tudo num instante.
E lá vão eles pelos ramos, porque lá em cima estão os pássaros.
O pior é conseguir lá chegar e depois descer sem cair.
O melhor é ir pelos arbustos... que aqueles ramos picam que se fartam.
Na Primavera já vão estar bem crescidos se souberem defender-se até lá.
De repente aparece do nada uma névoa lilás, muito fina, como um véu, e envolve todos os gatitos da ninhada que estavam a descansar no muro.
E a seguir eles flutuam no ar ou nessa neblina.
A neblina é agora branca e depois transparente.
Quando ela desanuvia são os gatos que estão lilases, contornados num véu lilás.
E estão felizes como sempre.
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Imagem retirada da net
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