O lago e a tartaruga
5 de julho de 2007
Chamam-lhe um lago mas não é mais que um reservatório com vários declives e apenas alguns palmos de profundidade.
Além dos mosquitos, abelhas e vespas que lá vão parar, a “dona” desse lago é uma tartaruga bastante grande e com bastantes manias.
Os animais também têm hábitos e manias, só temos que os observar bem.
Os passaritos só lá vão beber água na borda oposta à zona onde ela está.
Os gatos sentam-se a razoável distância a observar-lhe os movimentos.
Os cães não respeitam nada e querem saber o que é aquilo de modo que saltam para o dito lago e tentam apanhá-la.
Ela transforma-se imediatamente numa carapaça e eles ficam confusos com essa espécie de pedra entre as patas.
Entre a brusquidão e a alegria da brincadeira, por vezes conseguem atirar com a carapaça ao ar e logo se vê onde vai parar.
E acabam por ir embora quando desaparece o interesse.
Ela espera que não haja barulho nenhum e aparece, lenta e cautelosamente, pelas extremidades da carapaça.
Percebendo o sossego, apressa-se a voltar para a sua querida água.
Tenho que dizer que a sua paciência é tão admirável como os seus reflexos.
E dou por mim a desejar conseguir esse sentido de oportunidade e a dose de paciência demonstrada por uma tartaruga.
Afinal, todos podemos aprender uns com os outros.
Todos podemos dar e receber em qualquer momento, a todo o instante podemos referenciar-nos connosco, com os outros e com o meio que nos rodeia.
Existe uma riqueza assim... a simplicidade ao alcance do pensamento…
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