Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2007-06-18

Humildade e progresso

18 de junho de 2007

Observando, de mesa para mesa, um grupo de amigos e outro grupo de amigos.

E ambos os grupos se conhecem.
Entre os do segundo grupo está um elemento que é claramente mais educado e parece ser também mais perspicaz (ou talvez se possa dizer inteligente) – ou porque o é de natureza ou porque a vida o ajudou a progredir.
E as observações são de comparação entre os elementos desse grupo, mais ou menos equilibrado em honestidade e gosto de partilha simples dos saberes e experiências de cada um.
O tal rapaz, algo diferente, é o mais calado. Não partilha as suas opiniões, apenas faz sala e harmoniza a conversa no sentido social, mais do que pessoal.
Os do primeiro grupo continuam a observar e a comentar, aquele ou está armado em superior ou é mais tímido.
Aqui as opiniões dividem-se com alguma discussão.
Um deles alega que se "o gajo" quisesse mostrar-se superior, não se vestia de modo tão simples nem seria tão delicado.
Outro argumenta que era alguém sempre sentido, e até ofendido, com os demais, na medida em que tudo o melindrava constantemente. Nem sequer entendia uma brincadeira.
Outro, até aí bem calado, começa também a opinar. Para ele, o dito cujo era tímido mas também arrogante e daí o melindre constante; claramente, percebia as coisas melhor que os outros, o seu problema era tentar partilhar porque acontecia sempre uma de duas coisas: a mais vulgar era não o entenderem nem lhe darem atenção pois nem o percebiam. E os mais convencidos não abriam, assim, mão das suas convicções. A outra situação era ele ficar-se bem calado e sentir-se completamente incompreendido.
Por uma ou outra razão sentia-se, no ar, uma solidão bem solitária, que só a humildade (diferente de submissão) resolverá.