Humildade e progresso
18 de junho de 2007
Observando, de mesa para mesa, um grupo de amigos e outro grupo de amigos.
Entre os do segundo grupo está um elemento que é claramente mais educado e parece ser também mais perspicaz (ou talvez se possa dizer inteligente) – ou porque o é de natureza ou porque a vida o ajudou a progredir.
E as observações são de comparação entre os elementos desse grupo, mais ou menos equilibrado em honestidade e gosto de partilha simples dos saberes e experiências de cada um.
O tal rapaz, algo diferente, é o mais calado. Não partilha as suas opiniões, apenas faz sala e harmoniza a conversa no sentido social, mais do que pessoal.
Os do primeiro grupo continuam a observar e a comentar, aquele ou está armado em superior ou é mais tímido.
Aqui as opiniões dividem-se com alguma discussão.
Um deles alega que se "o gajo" quisesse mostrar-se superior, não se vestia de modo tão simples nem seria tão delicado.
Outro argumenta que era alguém sempre sentido, e até ofendido, com os demais, na medida em que tudo o melindrava constantemente. Nem sequer entendia uma brincadeira.
Outro, até aí bem calado, começa também a opinar. Para ele, o dito cujo era tímido mas também arrogante e daí o melindre constante; claramente, percebia as coisas melhor que os outros, o seu problema era tentar partilhar porque acontecia sempre uma de duas coisas: a mais vulgar era não o entenderem nem lhe darem atenção pois nem o percebiam. E os mais convencidos não abriam, assim, mão das suas convicções. A outra situação era ele ficar-se bem calado e sentir-se completamente incompreendido.
Por uma ou outra razão sentia-se, no ar, uma solidão bem solitária, que só a humildade (diferente de submissão) resolverá.
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