Fugir da vida
23 de maio de 2007
- Aquele homem que vês ali, andando por aquele carreiro, paralelo à estrada, está cada vez mais curvado…
- Pois está! Mas não é o que anda sempre de bicicleta?
- É, é, tens razão! Acho que nunca o tinha visto a pé! Mas onde eu queria chegar era ao curvado que ele está, cada vez mais acentuado!
- É do quê? Da bicicleta?
- Não sei, mas deve ser duma posição errada ao longo de muitos anos.
- Há outras coisas que fazem curvar assim!
- Sim, sim… nem sei o que é melhor! Se andar a pé ou de bicicleta!
- Eu estava a referir-me a problemas mentais, mais do que físicos. Estava a pensar nos problemas derivados de factores de personalidade.
Explicando melhor: as angústias, os pesares ou desgostos que se pensam e recordam a todo o momento, fazem a pessoa querer mais olhar o chão que o azul do céu.
- Já ouvi dizer que a reacção mais vulgar é afundar-se em si mesmo. Ou por pena do seu próprio sofrimento ou pelo isolamento a que se vota, convencido que ninguém o compreende.
- É verdade! E nessas casos as pessoas curvam-se demasiado, como se quisessem fugir constantemente.
- Fugir da vida, será?
- Não! Fugir da luz, isso sim, porque a luz é sempre sinónimo de esperança e de oportunidades novas. E essas pessoas já não lutam e já não querem receber a luz da sua vida.
- Que pena! Porque todos os dias temos uma nova luz e, realmente, cada novo dia acaba por ser uma nova oportunidade de vida.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home