Quem, eu?
19 de fevereiro de 2007
Turbilhão de ideias. Desequilíbrio mental. Qual concentração, qual nada.
Nem se reconhece a si mesmo.
As ideias rodopiam na sua mente. Não sabe o que quer nem o que lhe falta.
Mas sabe, porque sente, que não está bem.
Também não sabe descrever o que tem, porque parece é que não tem algo.
Olha, maravilhado, para as pessoas que consegue observar mais de perto, porque dizem coisas que lhe parecem acertadas.
Até interessantes.
O problema é que não sabe como conseguem dizer aquilo tudo.
Assim como não percebe a utilidade de nada do que dizem.
Mas há uma coisa que sabe de si: percebe e raciocina.
No entanto, as palavras só existem e só têm significado no momento em que as ouve.
Antes e depois, são completamente esquecidas.
- Pois não, não. Ainda ontem (ou anteontem) não era assim.
- Pois foi, foi "uma coisinha ruim que lhe deu".
- É que foi isso mesmo.
- E agora? Agora não sabe...
- Tem 72 horas para saber se a sua vida vai voltar a ser o que era, ou se vai modificar-se para sempre.
- Sabe lá, nem sabe o que é a sua vida. Mas o senhor também não sabe destas coisas, pois não?
- Quem, eu? Eu sou o seu médico...
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