Dois modos de vida
12 de fevereiro de 2007
Cavalos correm livremente pelos prados em terrenos inclinados para um rio.
A seguir aquietam-se e ficam por ali. Um deles vigia, atento.
Deve ser o líder.
O sol torna-se mais forte conforme as horas avançam.
Alguns protegem-se entre as árvores, outros deitam-se, ou melhor, dobram as patas em posição de descanso.
A maior parte vagueia por ali, bem perto uns dos outros.
Um está sempre de vigia, atento ao mínimo barulho.
A mim deixam-me aproximar, sem medo.
Eu é que tenho algum receio, mais da sua força do que quererem fazer-me mal.
Os seus olhos são vivíssimos e brilhantes.
Alguns estão suados, outros mais descansados e esses são, geralmente, os mais velhos.
No meio deles, dos prados e colinas, no meio desta natureza, o tempo parece parar.
A realidade da vida e do que é importante, transforma-se.
Que se sabe, nas grandes cidades e nas correrias entre casas, escolas, empregos e lojas, desta natureza viva?
Parece um mundo dividido: dum lado, as corridas da civilização; do outro, as corridas alegres ou a procura de abrigo e refúgio.
As cidades complicam e dão conforto.
A natureza simplifica e o conforto tem que se encontrar com esforço próprio.
Duas faces, dois modos de vida.
Talvez se consiga encontrar o terceiro, e seja este o meio termo que nos dê a saúde mental que vamos precisando compensar.
Há sempre um caminho do meio, compensador e transformador dos extremos.
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