Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2006-10-17

Ganhar a vida

17 de outubro de 2006

Lago rectangular a lembrar uma piscina. Colunas à volta e degraus de suaves declives.
Tudo em branco e azuis. Uma verdadeira multidão aproxima-se.

Crianças, mães com filhos ao colo, grávidas, velhos, homens e mulheres sozinhas.
Todos caminhando na direcção desse lago.
Têm no semblante um sorrir sereno, um ar leve ao caminhar e parecem algo esperançados em chegar e, talvez, em falar com alguém.
Sim, é verdade. Querem falar! Melhor, dar um recado...

Que estão bem agora, trabalham e ganham o dia. Ganham a sua própria vida.
Querem agradecer pelo re-direccionamento das suas vidas. Pela revalorização das suas qualidades.

Pela procura moral que tiveram que fazer e como isso os aproximou de outros semelhantes.
De como se sentem felizes.
Felizes pelos outros e por eles mesmos.
As crianças entretiveram-se a brincar e, ao chamado de despedida, juntaram-se com a sua alegria simples e contagiante.
Todos levaram uma luzinha nas mãos, com todo o cuidado.
Escurecia no sítio e, ao longe, eles continuavam a iluminar o horizonte.
Não se trabalha para agradecimentos mas é muito satisfatório ouvir dizer, de viva voz, que outros estão felizes e que, se calhar, contribuímos um pouco para isso.
Sente-se uma certa paz interior. Um transitar mais leve e apaziguado para casa.
De volta com a família sentimos melhor a felicidade de estarmos juntos, em tempos de paz.
Por vezes o que existe todos os dias não tem o valor que lhe deveríamos atribuir.
Trocámos beijos de pais e filhos e abraços. Todos vivos e em casa para jantar.
Com pouco ou muito, também estávamos juntos.