6 de abril de 2006
Pela estrada, de terra batida e empoeirada. O sol forte a encher tudo de luz e calor.
Não posso olhar para trás senão não consigo avançar, fico presa em pormenores.
E eu já sei que, mais tarde, nem pormenores sequer serão.
Mas também sei que agora eles teriam força para me travar e até voltar atrás.
A vida também é sempre em frente. Os segundos, os minutos, o micro-tempo segue sem a tentação de parar ou pensar.
É esse o seu objectivo, seguir sempre para o futuro. Não vacilar.
A estrada apresenta arbustos pelas bermas. Primeiro, muito espaçados. Agora, mais juntos e, no horizonte, a cor é mais verde.
Deve haver água perto. O calor é muito.
Também a satisfação de ainda continuar a caminhar em frente.
Entretive-me com os pensamentos e já ali está o meu ponto de repouso.
Parece um oásis depois de um deserto.
A alma também fica sequiosa depois do deserto das sensações.
O lugar ao sol conquista-se e tem mesmo muito sol.
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