3 de abril de 2006
Uma velhota curvada, mesmo curvada.
Parece não ter idade ou parece que não lhe cabem mais anos.
Ao vê-la, com o cajado e o estilo da roupa, tão velha quanto ela, lembrei imagens da Idade Média.
Não deu por mim e continuou a caminhar entre a terra e as ervas molhadas do trilho que saía da "sua" casa em ruínas.
Já perto do portão que dava para o quintal olhamo-nos frente a frente, mas ela desviou-se rápida porque tinha pressa. Do quê? Não faço ideia. Mas parecia seguir uma rotina de muitos e muitos anos.
Expliquei-lhe que já podia ir embora, já estava tudo tratado e as épocas eram outras. Que deveria descansar e dar o lugar e trabalho a novas gerações e crianças que poderiam crescer ali.
Nem disse adeus... mas foi indo.
Chamei-a e fui no seu encalço por um pouco - dei-lhe uma luz e uma rosa para o caminho.
Pareceu ficar mais satisfeita.
Conforme se foi afastando a sua roupa foi secando e - nem dá para acreditar - mas era como se tivesse sido vestida de lavado.
Até o seu cabelo parecia lavado.
Foi para descansar finalmente em paz.
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