5 de abril de 2006
As portas de guarda-vento abriram-se e entrei num corredor de hospital, com quartos à direita e gabinetes à esquerda.
Carrinhos de metal estavam pelo meio denunciando a azáfama da higiene dos doentes. E também dos quartos.
Cheiros de café com leite e flocos ou papas. Esse era o carrinho dos pequenos almoços - babetes de papel, tigelinhas, colheres e guardanapos - tudo de uma só utilização.
Pães com manteiga com aspecto fofinho e os doentes mostram a satisfação de os poderem já comer.
A saúde é uma benção que só se nota quando se perde a independência.
Olhares parados, alguns choros - outros alegres porque tiveram "alta".
Uma estrela brilhante eu envio para cada quarto. Eles volvem a cabeça e dão um sorriso tímido.
Alguns estão demasiado quietos e parecem ter frio. Vou tapá-los.
Surge um brilhozinho nos olhos - como diz a canção.
E eis talvez o mais importante do dia - esse brilhozinho - que apareceu nos olhos de quem sofre em silêncio.
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