Paralelo inacabado V
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Dirigimo-nos para lá porque essa clareza atraía-nos. Era tão bela.
Conforme nos aproximávamos ia ficando cada vez mais branca.
E passámos a porta, ou portão, porque era mesmo uma passagem.
Lá, do outro lado, estava uma cidade inteirinha. Casas, ruas, jardins, pontes…
Mas não se viam carros, nem quaisquer outros meios de transporte.
Pessoas passavam por nós com alguma ligeireza e nós fomos andando. Em frente, que é o que se faz quando não se conhece o caminho. Na dúvida, segue-se em frente...
E fomos dar ao jardim que tínhamos vislumbrado do portão.
Era lindo. Enorme e cheio de luz do sol. O que não é muito habitual porque a copa das árvores, muitas vezes encobre o sol.
Agora caem pétalas de flores por cima de todos como se a abóbada as distribuísse assim – por nada.
Alguém nos vem interpelar e, a seguir, conduz-nos à saída.
Porquê?
Então, porque não podíamos estar ali.
Ainda não era tempo!
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Disse Henri Amiel: O tempo nada mais é do que a distância entre as nossas lembranças !
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