Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2008-06-02

Deserto

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De um suplício é libertado. Para outro é levado em que é içado e afundado muita, muita vez, num poço fundo.
Está completamente gelado. Nem sabe se estará vivo ou morto.
Quando percebe que não morreu chega a pensar se a morte não poderá ser doce – mais doce que aquilo que sente.
Mas não – não deseja a morte. Apenas a comparou.
Não se deve morrer antes do prazo marcado pelo Divino. Só quando acaba o tempo designado e se passa por baixo do arco da vida. Só nesse instante é que se pode morrer. Antes é suicídio, é brincar mal com a vida.
E ele já sofreu muito para querer acabar esta vida sem passar tudo o que tem que passar para alcançar o progresso de si.
Chega o mesmo homem de sempre, mostra-lhe um camelo e ele lá consegue arrastar-se para cima do animal.
Animal que o leva até ao fim de um deserto, à beira de um precipício.
Ele consegue abrir os olhos e ver montanhas muito ao longe, cheias de neve muito brilhante e um sol que as deveria derreter.
Mas não. O sol forma uma espécie de cortina de raios dourados que baixam até à neve.
O camelo leva-o, como que voando sobre o precipício, e deixa-o lá.
Os raios de sol agora caem sobre ele. E agora sim, está a aquecer e a sentir-se melhor.
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Fractal de Lenora Clark
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Disse Santo Agostinho : Gosto da vida porque gosto de mim mesmo e compreendo a honra que me foi feita quando vim ao mundo para aí ter conhecimento de toda a luz e de toda a grande ciência humana !
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