Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2007-10-25

A borboleta

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A borboleta branca atrai outra castanha e amarela para a fonte e a relva do jardim.
A castanha vai pousar na mesa de pedra e após uns instantes, vai abrindo e fechando as asas.
Parece um exercício, como se quisesse experimentar se funcionam.
É que ela acabou de sair do casulo e ainda lhe parece mentira estar outra vez renovada de asas.
As suas asas anteriores tinham sido rasgadas e não só tinha que aguentar a dor, como não conseguia voar bem, porque ainda abriam mais os rasgões.
A cada voo os rasgões aumentavam e o esforço era, também, cada vez maior.
Às tantas, já não conseguia voar mais e ficou murcha no chão, à espera.
- À espera de quê?
- Da solução. Quando não sabemos o que fazer esperamos um sinal de mudança.
Nessa altura tentamos entender os sinais e segui-los, no intuito de melhorar. O problema é se a ignorância não nos permite entender os sinais.
Outras vezes não temos coragem para segui-los e então instala-se a dúvida.
- Mas a dúvida ajuda a discernir, ou não?
- Não. Isso é a análise. A dúvida, se a deixarmos instalar-se, corrói toda a intenção, quanto mais qualquer movimento da vontade. O que é necessário é seguir, devagar ou mais depressa, mas avançar sempre.
- A borboleta fez isso, foi?
- E a natureza das coisas ajudou.
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Borboleta (detalhe)