Fado
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Recibos, rendas, dívidas – tudo misturado num turbilhão de ideias e dúvidas.
Deve haver mais em que pensar, mas as dívidas amontoam-se e parecem até surgir do nada.
Pergunto-me para que servirá esta preocupação em juntar o dinheiro suficiente para pagar as dívidas.
Ainda por cima de coisas que não pedimos. São dívidas da família a que pertencemos ou da família que, ao longo dos anos, fomos formando.
Sendo de famílias honradas, pretendemos deixar aos filhos as coisas livres de encargos.
Mas custa muito trabalhar para utilizar o que se ganhou, com tanto sacrifício, apenas para pagar “papéis”.
Porque são simplesmente papéis: impostos, rendas cuja razão já não existe mas que legalmente ainda não é possível anular…
Custa muito conseguir andar em frente e de cabeça erguida.
Os dias são de muitas despesas obrigatórias mas sem se notarem contrapartidas.
Sobrevém a esperança que todo esforço não será em vão.
A esperança que a saúde seja suficiente para não arcar ainda com mais despesas.
A esperança de conseguir administrar melhor as coisas e de que os erros sirvam para aprender, muito mais do que para lamentar.
A esperança de manter acesa essa luz, agora ainda tão trémula, da Esperança.
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