Trabalho
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- Quero trabalhar.
- Ou queres um emprego?
- Não, não (risos), quero mesmo trabalhar.
- Hum… e já foste ao médico?
- Oh… se foi ele mesmo que disse.
- Ahhh!
- Não ahhh, nada! Eu perguntei se podia, que já estou com mais energias, tenho contas a pagar e tenho demasiado tempo livre.
- Está bem, está bem! E queres trabalhar em quê?
- Era disso que queria falar-te…
- Ai, ai! Não arranjo nada. Desculpa mas se tenho um empregado, vai-se embora a loja.
- O quê?
- É assim, é. Não há capacidade de negócio para a capacidade de negociação dos sindicatos. E não quero trabalhadores em condições ilegais. Pronto! Já disse tudo! Sou pobre mas honesta. Trabalho quase noite e dia mas só tenho a responsabilidade do meu ordenado, e quando tenho de prescindir dele um mês ou outro, faço-o e, até hoje, tenho recuperado bem.
- Eu diria muito bem.
- Pois, mas "sai do lombo".
- Mas se achas que vale a pena…
- Ah, isso sim. Trabalho no que gosto e não arranjo discussões patrão-empregado. Em contrapartida, trabalho constantemente. Dou apoio à família, pago as dívidas, ainda dá para umas fériazitas fora daqui… e estou ocupada todo o tempo. Creio – estou convictamente convencida disso – que o meu trabalho, na sua humildade, também contribui para o bem-estar dos outros. Portanto… acho bem que vás trabalhar. E não desistas de encontrar o que queres para teu bem e dos outros.
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