James Redfield # A Profecia Celestina
22 de Julho de 2007
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Descrevia uma nova compreensão daquilo a que, durante muito tempo, se chamara «consciência mística». Nas últimas décadas do século XX, dizia, essa consciência seria divulgada como um modo de ser ao alcance de qualquer um, um caminho perfeitamente utilizável, como fora demonstrado pelos mais esotéricos praticantes de muitas religiões. Para a maioria, esse estado de consciência continuaria a ser um conceito intelectual, um mero tema de conversa e de discussão. Mas, para um número crescente de pessoas, iria tornar-se experimentalmente real: no decorrer das suas vidas, experimentariam esse estado de consciência. Mas o Manuscrito dizia ainda que esse estado de consciência era a solução para pôr termo aos conflitos humanos no mundo. E porquê? Porque, durante tais experiências místicas, iríamos receber energia de uma outra fonte, fonte de que aprenderíamos a servir-nos sempre que quiséssemos.
Parei de ler e olhei, de novo, para o jovem padre. Tinha aberto os olhos e parecia estar a fitar-me. Acenei com a cabeça, embora, àquela distância, houvesse pormenores do seu rosto que me escapavam. Para surpresa minha, acenou-me também e sorriu ao de leve. Depois, levantou-se e dirigiu-se à casa. Evitou sempre o meu olhar enquanto eu o observava a atravessar o pátio e a entrar no edifício.
Ouvi atrás de mim ruído de passos, voltei-me e vi Sanchez a sair da igreja. Sorriu ao chegar ao pé de mim.
– Foi rápido – disse ele. – Gostaria de conhecer melhor o lugar?
– Claro que gostaria – respondi. – Fale-me daqueles recantos ali, onde se sentam. – E apontei para a zona onde estivera o jovem padre.
– Vamos até lá – disse ele.
Enquanto íamos andando pelo pátio, Sanchez contou-me que a missão existia há quatrocentos anos e que fora fundada por um missionário vindo de Espanha, que achava que a maneira de converter os índios autóctones era pelo coração e não pela força das espadas. O método resultara, prosseguiu Sanchez, e esse êxito ficara a dever-se, em parte, ao facto de a missão estar isolada, o que permitira que o padre realizasse o trabalho à sua maneira.
– Continuamos a sua tradição. Continuamos a tentar olhar para dentro de nós, em busca da verdade – disse Sanchez.
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