Orgulho e preconceito
2 de abril de 2007
Eu fui lá, a sala estava lindíssima, toda iluminada e preparada como se fosse de festa.
E estava eu a entrar e a ver tudo atentamente, admirado com toda aquela transformação, quando o vi.
Hesitámos, até porque, pelo menos a mim, parecia-me que era ele mas, após tanto tempo, poderia não ser.
E ele, após os primeiros momentos, sai que nem uma bala do canto da sala onde estava sentado, e vem ter comigo.
Confesso que me assustei com aquela velocidade e saí logo, antes que ele me pusesse fora.
Afinal de contas a casa era mais dele que minha, ao fim de tantos anos de afastamento.
Mas nem consegui dizer-lhe que apenas queria desejar-lhe felicidades, que as ofensas já lá iam e que talvez pudéssemos simplesmente esquecer esses tempos.
O tempo agora era de felicidade para ambos e talvez pudesse ser felicidade repartida. No fundo, esquecer o passado infeliz e dar uma oportunidade, a cada um, de ser livre.
Mas não! Ficou à porta até que eu saísse do horizonte.
Fiquei triste! Nem foi tanto por mim, foi até mais por ele. Por ver nele todo aquele rancor acumulado. Acho até que se transformou em pedra, de tanto resistir ao tempo.
Deu-me pena o relembrar que uma amizade tão boa foi destruída por pormenores que nem sequer eram verdade.
O orgulho ultrapassou essa amizade, partilhada até com os filhos de ambos.
O orgulho é um sentimento tão subtil que chega a mascarar-se de auto defesa.
É um engano maior que os enganos mais conhecidos!
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