Porquês sem resposta
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Outros saem de grutas nas serras que ladeiam o vale.
Todos semicerram os olhos por causa da luz forte do sol.
Deve ser quase o meio do dia porque não se notam as sombras.
Só há arbustos e uma ou outra árvore.
A paisagem é deserta.
Mas o dia parece ser de festa.
Estão com ar de quem esperava por esta hora. Ansiosos, viram-se todos para o fundo do vale.
E, pois, lá vêm aqueles outros… forma-se, à medida que avançam, uma espécie de estrada meio prateada na planície bege de terra seca… e são muitos.
Uns trazem embrulhos que parecem farnel de comida e outros trazem roupas – frescas de Verão e limpíssimas.
Juntam-se todos, aos abraços e gritinhos de alegria.
Muitas mulheres choram e, oh!, tantos homens deixam cair lágrimas mesmo sem soltar um som.
O tempo é de alcançar a verdade – porque eles não chegaram a ser acusados de nada a não ser de estarem vivos e, a maioria, por trabalharem honestamente naquele sítio.
Tantos porquês sem resposta.
Mas há outros que foram levados para ali porque eram familiares próximos dos primeiros ou simplesmente porque eram de idade jovem e alguém os escolheu por esse interesse.
Porquê?
Só um poder divino o saberá na sua Infinita Sabedoria!
Agora estão livres e por isso é tempo de gozar essa liberdade.
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Disse Paul Valéry: O problema do nosso tempo é que o futuro não é o que costumava ser !
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