Parece simples
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Sente-se um sol abrasador e quando sopra o vento, sopra mesmo, levantando nuvens de poeira que quase cegam as pessoas.
Depois chega a noite com muita humidade e tudo ficaria nítido se não fosse a escuridão.
E muitas pessoas vivem por aqui – e não sei onde é este aqui – caminhando lentamente, ora sós, ora em grupo, ora cuidando de gado. Quando é este o caso, são centenas ou milhares de cabeças, para cuidar e guiar na lonjura da planície. Essas pessoas pareceriam errantes com a casa às costas. Contudo, na realidade, de casa não há nada à vista.
Se estão perdidos não se nota porque sabem muito bem encontrar água e árvores de fruta ou quintas – de muros muito altos e enormes, a perder de vista.
- Não percebo nada disso!
- Nem eu! Só sei que têm a terra e o céu como horizonte nas suas vidas. O resto não existe e, de vez em quando, encontram alguém agradável com quem falar.
- São modos de vida sem ligações materiais como as nossas, isto é, não têm casas nem repartições de finanças, nem gás ou luz, ou roupas, ou sapatos que nem precisam – excepto tipo botas – e só o necessário para ir mudando…
- Parece simples, mas não é! É uma vida árdua na conservação de si e dos seus, mantendo um certo tipo de civilização, tanto ligada à realidade concreta dia após dia, como ligada a uma moral bem defendida no seu essencial. São assim – tão diferentes e interligados com a natureza, como se esta fosse uma irmã!
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Disse Goethe : A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas !
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