Alucinações
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Como se fosse seda espalhada, formando os refegos habituais quando está assim “a metro”.
O azul é claro, com matizes esbranquiçados – tal é a luz que o ilumina.
Vamos passando assim, sem saber se caminhamos ou voamos por dentro desse azul – como se fosse um túnel.
Mas há outros túneis, semelhantes, de outras cores.
E vamos passando por esses também.
- E depois?
- Olha, nem sei que diga. Porque depois é como se adormecesse profundamente.
- E não foi o que aconteceu?
- Se calhar foi porque acordei no sofá, meio atordoada… Era tão lindo que deu pena ter acabado.
- Acabado? Eu acho que só agora começou.
- Mas, começou o quê?
- As tuas alucinações. Vamos mas é tomar os remédios e a horas…
- Ohh… acho que prefiro não tomar os remédios. Sinto-me tão bem.
- Toma lá… agora são estes. Não são para alucinações – estava a brincar. Mas são para tratamento teu… de mais ninguém.
- Queres dizer que não há mais ninguém como eu?
- Não.
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Disse Carlos Drummond de Andrade : Nossas alucinações são alegorias de nossa realidade !
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