Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2008-04-03

Leques

.
– Já sei! Já sei como te explicar o que somos! Somos como os pauzinhos que formam os leques.
Podemos estar fechados e assim nos parece estar protegidos do resto do mundo e das suas influências.
Às vezes até pomos em nós, também, aquela fita que trava completamente a possibilidade de abrir, mesmo na confusão de uma mala-saco.

Ou podemos deixar-nos estar, com riscos de abrir e misturar com outras coisas, (como acontece nas malas) e até estragar alguma coisa do tecido ou alguns pauzinhos deixarem de abrir.
Outras vezes abrimos em todo o esplendor de um desenho. E nos apreciamos e somos apreciados por todos em redor.
Umas vezes dividimo-nos em cada um dos pauzinhos, como seres parciais do mesmo ser – como um leque – e cada parte é um todo de características próprias. Uma parte de um desenho que pode ser, mais ou menos, definido conforme a capacidade de autonomia alcançada.
Outras vezes juntamo-nos e fazemos o que o desenho deveria ser - a cada dia, mais perfeito e bonito.

Mesmo com o tecido rasgado e gasto. Mesmo com os pauzinhos quebrados ou lascados.
A cada dia, a cada vez que somos o todo em nós, somos com certeza mais belos.
– Já sei também o que quero. Quero este aqui; quando abre, tem o meu nome!

.
.

.
Imagem retirada da net
.
.

Disse Jean Cocteau : o tacto, na audácia, está em saber até onde se pode chegar demasiado longe !
.