25 de abril de 2006
Estava ali um polícia. Ali em frente à fonte com repuxo.
Estava apático o homem.
E sentado, cabeça para trás e pernas encolhidas.
Sentia-se esquisito, meio atordoado.
Alguns com ele que não lhe davam sossego.
Pedi-lhe que observasse á água e pensasse em coisas boas, alegres.
Mas ele ia partir e não estava nada virado para qualquer optimismo.
Fiz um esforço e consegui, ao fim de algum tempo, a sua colaboração para uma certa calma e paciência.
Ele estava de cinzento escuro. Aos poucos alterou-se para o uso de cores terra - castanho, bege e areia.
No entanto continuava a preferir os tons sem brilho.
Para o alegrar - disse-lhe - podia puxar um pouco de lustro e dar brilho.
Já estava por tudo. Concordou e adoptou o azul médio.
Ficou bonito na farda. Deixei-lhe uma flor - um lírio.
Ficou com ar satisfeito mas muito cansado.
Cansado de tanta responsabilidade.
Mas quem sente as responsabilidades é um dos escolhidos para cumprir tarefas mais elevadas.
Só alguns são os escolhidos.
A água continua limpa e a correr.
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