Sonho
- Foi um sonho, e foi tão lindo que não é fácil explicar.
- Olha, não importa. Vamos mas é depressinha antes que as lojas fechem.
- E depois, posso contar?
- Boa tarde! Queria ver fios e lãs para um trabalho da escola. Conta, então…
- Estava a voar e passava os céus como se fossem níveis ou degraus. Sempre mais brilhantes e de cores diferentes, do azul ao rosa quase transparente. Fazia lembrar as auroras boreais porque não escurecia. E podia estudar nas escolas de lá porque estavam cheias de gente.
- Sim, sim, levo estes. Pode embrulhar estes aqui. Só estes. Obrigada!
Mas isso era algum sítio conhecido? Querias mudar-te para lá? Onde foi isso?
- Ah, se eu soubesse onde era, mudava sim. Era tão lindo! Mas fiquei na dúvida se estava viva ou se já tinha morrido.
- E se tivesses morrido, gostavas de continuar a estudar nas tais escolas que viste?
- Porque não? Se não se aprende tudo aqui…
- Ou seja, acreditas que, depois da morte, podemos continuar a viver… hum… de outro modo?
- Sempre me pareceu isso - não sei porquê… para mim, é assim.
- Mas olha que, se para ti, isso parece ser uma esperança renovadora, para outros (muitos outros) a vida acaba com a morte.
- E têm esperança no futuro? Deles, digo!
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A Janela
© Elizabeth Snow
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