Porquê
Solidão interior, profunda, com força para calar até o instinto de desabafar um simples suspiro.
Força que tolhe, que coloca uma capa e uma armadura que fecha todo o ser em si mesmo.
Uma força que abafa imediatamente, como um raio, o impulso de um grito aflito.
Se é possível sentir esta força avassaladora, porque não é possível sentir a força da alegria a brotar, também ela, interior e profunda?
Tão profunda no nosso coração como a outra.
Porque aceitamos uma que entorpece e não aceitamos a outra que liberta e expande a nossa felicidade?
Porque é mais fácil fazer um intrincado casulo para nós mesmos do que relaxar e encarar de frente – simplesmente – os dias e as noites das nossas vidas?
Porquê achar que as desgraças não acabam em vez de promover as alegrias, para que não esmoreçam?
Porquê deixar de olhar, com agrado, a felicidade à nossa espera e passar rápido para o lado triste?
Porquê a lástima de si próprio em vez de parar apenas o necessário para tomar fôlego e seguir?
Seguir em frente de modo correcto, de moral íntegra e sentindo paz e alegria no coração por saber distinguir esse caminho.
Seguir sempre a luz que encandeia, de tão forte e bela, e deixarmo-nos iluminar por ela.
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Hino à Alegria
(partitura)
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